...lhe sopraria bolhas todas as manhãs e junto com elas milhões de beijinhos dos quais sentiria falta depois. Deixaria que tocasse acordeon e fizesse todo o barulho possível pra me mostrar que jamais estaria sozinha. Fecharia seus olhos por segundos pra que apenas sentisse a importância que tem em minhas horas e o doparia de chocolates com recheio de ameixas.
De tarde me afastaria dos seus sonhos e o permitiria me procurar incansavelmente. Consertaria seu relógio de pulso mesmo sabendo que dali viria o fim dos nossos planos.
No jantar lhe serviria pedacinhos de goiabada açucarados pra sobrepor qualquer doçura que o longo dia tenha levado e lhe beijaria a ponta dos dedos como se todas as bençãos do universo viessem do seu toque. Ao fim da noite nos abraçaríamos no sofá esperando o sono que nem sempre viria e, enquanto embaraço seus cabelos, faria promessas de dias intensos que jamais amanheceriam, contaria contos de borboletas sem asas e esperaria que seu sorriso viesse, mesmo que fosse o primeiro e último de toda a vida.