Tempos atrás encontrei na minha porta, junto à correspondência, um livro volumoso e azul (amo azul) endereçado a antiga moradora. Nos primeiros dias tentei devolver ao remetente, mas caixa postal não recebe devoluções (vai saber) então acabei por deixá-lo esquecido. Putz, até então tratava-se de um livro totalmente sem sentido e eu tenho coisas bem mais importantes e urgentes a serem lidas oras.
Pois bem, na minha quase louca tentativa de achar distração fora da net e diante da minha atual incapacidade de me concentrar em coisas fundamentais, acabei por folhear o tal livro. Basicamente ele ensina formas "certas" de se fazer perguntas e isso me fez pensar. Eis o perigo: me fazer pensar. Passei a analisar minuciosamente toda a minha existência com perguntas e estranhamente percebi como tantas coisas poderiam ter sido diferentes se tivesse feito as perguntas certas para o momento. Não sei se queria uma vida diferente, mas se tivesse feito os tais questionamentos teria evitado tantas preocupações...
Hoje aprofundei-me no livro e vi que ele nem tem lá muitas novidades, ou grandes revelações. Nem se trata de best-seller nem nada. Tão pouco vou correr desesperada pra ver o filme. Essa "aparição literária" só me serviu pra limpar a alma e me trazer respostas que nem sabiam que me faltavam. Até agora nem sei o que fazer com elas, mas estão bem aqui para quando forem necessárias.
Dizem que quando estamos tristes encontramos sinais em tudo. Então, meu sinal de hoje é volumoso, tem uma capa azul lindíssima e se não fossem os erros grotescos no alfabeto grego impresso nela, até seria substancialmente irresistível. Foto: